quinta-feira, 21 de outubro de 2010
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Vem...

Vem, vamos ficar juntinhos a ouvir a chuva cair e o vento a bater nas persianas, a entrar por debaixo da porta e a implicar com as plantinhas no quintal. Vem, vamos deixar o nosso cheiro nos lençóis. Vamos dormitar todo o dia, ficar agarradinhos um ao outro em forma de conchinha. Sentir a tua pele junto à minha, ficar a olhar para ti enquanto dormes. O bater do teu coração enquanto me abraças. O sorriso do teu olhar. Sentir o doce da tua presença. E o meu coração a sorrir, por puder estar a teu lado. Por puder partilhar a minha melancolia neste dia de chuva. Por puder te ter junto a mim. Vem...prometo que farei com que haja muitos dias de chuva! De lençóis enrroscados, de calor num dia frio. De mim, de ti...de nós. Vá, vem!
domingo, 3 de outubro de 2010
Desta vez o barco afundou. Os remos partiram-se, a madeira apodreceu depois de tantas tempestades. O casco aguentou muitas adversidades do mar, mas o porto de abrigo deixou de ter um lugar para si, deixou de ser abrigo. De que valeu ter remos se os braços perderam a força para os puder utilizar? De que valia a embarcação ser de ferro? Até o ferro acaba por se despedaçar. Depois de todas as tempestades, das chuvas mais fortes, dos ventos adversos, a pequena embarcação não sobreviveu ao rigor dos temporais. E nem o par de braços mais forte conseguiu remar, fugir da tempestade e alcançar bom porto.Não houve bonança. Os destroços estão espalhados. Uns no fundo do mar, outros deram à costa em praias desertas. Nunca voltarão a ser uma embarcação, mas enquanto foram um só passaram bons momentos ao sol, apreciaram o sabor do sol, a textura das ondas, o movimento da rebentação.Mas até o sol conseguiu destruir a pintura. Foi bom ser barco. Não queria viver à deriva...mas de nada lhe valeu os remos. Bateu nas rochas, despedaçou.
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