Desta vez o barco afundou. Os remos partiram-se, a madeira apodreceu depois de tantas tempestades. O casco aguentou muitas adversidades do mar, mas o porto de abrigo deixou de ter um lugar para si, deixou de ser abrigo. De que valeu ter remos se os braços perderam a força para os puder utilizar? De que valia a embarcação ser de ferro? Até o ferro acaba por se despedaçar. Depois de todas as tempestades, das chuvas mais fortes, dos ventos adversos, a pequena embarcação não sobreviveu ao rigor dos temporais. E nem o par de braços mais forte conseguiu remar, fugir da tempestade e alcançar bom porto.Não houve bonança. Os destroços estão espalhados. Uns no fundo do mar, outros deram à costa em praias desertas. Nunca voltarão a ser uma embarcação, mas enquanto foram um só passaram bons momentos ao sol, apreciaram o sabor do sol, a textura das ondas, o movimento da rebentação.Mas até o sol conseguiu destruir a pintura. Foi bom ser barco. Não queria viver à deriva...mas de nada lhe valeu os remos. Bateu nas rochas, despedaçou.
É difícil um barco fazer-se ao mar sem encontrar adversidades. Mas, quando chega a terra, as falas que traz só servem para que se fortaleça. E, caso o barco não consiga chegar a bom porto, basta construir um novo. O importante é não ficar parado :)
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